Capítulo Dez: Um lugar bom pra deitar em cima

O beijo de Megan me mostrou o quão doce ela podia ser. Foi um beijo ingênuo, nós dois transmitimos inocência, mas foi lindo. No final, nos olhamos e sorrimos um para o outro. A partir daí não falamos muita coisa. Bernard não estava mais lá no quarto, provavelmente devia ter saído de mansinho. Estávamos só nos dois. E o nosso amor.

Megan e eu nos olhamos diretamente nos olhos a maior parte do tempo, e essa sensação que passávamos um ao outro era incrível. Nós não desviávamos o olhar, assim era possível sentir nosso coração batendo forte. Sem dizer nada. Puramente amor. Nos abraçamos. Fui pra casa leve outra vez. Agora eu e Megan éramos uma coisa só. Eu sentia que nós nascemos pra ficar juntos e agora nada poderia abalar esse sentimento. Megan era minha menina, e Bernard era meu irmão. Juntos nós três podíamos carregar o mundo nas costas.

Entrei em casa. Como sempre, Augusto e seu jornal estavam lá. Ele me disse "Oi" mas eu não respondi. Dane-se, mas eu não queria mais tentar nenhum contato com esse senhor. Ele insistiu:

-Arrume seu quarto. Tina entrou lá e fez uma bagunça terrível...

Eu consegui sentir a malícia na voz dele e compreendi logo.
Chegando no meu quarto, eu tive certeza. Quase tive um colapso nervoso ao ver todos meus cd's pelo chão, rasgados e arranhados. Minha cama estava bagunçada e meus posteres todos amassados. Voltei a sala imediatamente pra falar com esse maldito clone do Roberto Justus.

-Qual é, meu amigo! Quer mesmo que eu acredite que Tina fez tudo aquilo?
-Não vejo porquê não acreditar.
-Não vejo porquê eu devia acreditar!
-O que você quer dizer com isso?
-Você sabe o que você fez, e quando minha mãe chegar ela saberá disso.

Era bem verdade que eu não poderia ter certeza, nem provar nada contra ele, mas eu ocuparia meu tempo juntando provas. Além do mais, nenhum cachorro faria aquilo. Um Pitbull talvez, mas não Tina. Tina era uma Yorkshire mimada, preguiçosa e toda carinhosa. E esse velho sedentário queria, sem brincadeira, que eu pensasse que ela havia derrubado meus discos pelo chão e rasgado tudo ferozmente. Só podia ser piada. Piada do tipo sem-graça-mas-vai-ter-vingança-com-certeza!

-Oliver, não seja ridículo. Tina entrou no seu quarto. Tina fez tudo aquilo. Não venha me acusar de nada... - Ele disse isso sério. Sério! Eu tive um ataque de ódio.

-Você é podre e nojento! Eu te odeio agora!

-Eu não preciso do seu amor. Não preciso de você! Adolescente mimado, insuportavel e prepotente. Não preciso do seu quarto, nem da sua presença nessa casa!

-Essa é boa...!

-Por que não vai embora, hein?

-Você só pode estar louco! Repita isso mais uma vez, porque acho que não entendi. Por que eu iria embora hein? Pode me infernizar o quanto você quiser, eu não saio dessa casa.

-Que seja. Pelo menos não vai mais ouvir sua estúpida Soko.

Estúpida Soko? Ele disse mesmo 'Estúpida Soko'??

-Estúpido é ficar em casa lendo um jornal velho pra pagar de culto, e escrever uma coluna imbecil em um jornal local que ninguém lê e nem nunca lerá porque qualquer criança de 12 anos escreve melhor que você! E posso ouvir Soko o quanto eu quiser! Não pense nem por um minuto que você pode me dizer o que fazer!

-Você está na minha casa, moleque! Está debaixo do MEU teto, vivendo sob as MINHAS custas! Acho que eu posso te dizer o que fazer sim! ARRU-ME SEU QUAR-TO!

-Minha mãe sustenta todo mundo nessa casa e você sabe disso. Eu, você, o bebê que virá e até Tina Tuner.

-Escute, por que não paramos de brigar hein? Não quero esse clima pesado aqui em casa. Deixe sua mãe e o meu filho com ela fora disso.

-Vai tomar no cú!

Fui pro meu quarto. Comecei a arrumar tudo. É claro que acabei fazendo a vontade dele, mas ficar na bagunça é que eu não poderia. Mais tarde me arrependi. Devia ter deixado tudo como estava para minha mãe avaliar se nossa Yorkshire de 30cm de altura seria capaz de fazer tamanho estrago. Sabia que ela acabaria pensando que eu estaria com ciúmes do novo bebê, e estaria fazendo isso pra chamar atenção. Por isso, deixei esse assunto pra lá. Mas da próxima vez que esse Augusto entrasse no meu quarto e quebrasse meu cd da Soko, ele levaria um soco. Literalmente!


Na manhã seguinte, eu e Megan não fomos à escola. Mas deixamos todos pensar que sim. Nós queríamos um momento só nosso. Em Dom Basílio, havia um Parque Central muito amplo e cheio de árvores. Foi pra lá que fomos. Não era um dia bonito. Não estava sol. Na verdade começava agora uma chuva fininha e fazia um frio danado! Estávamos bastante agasalhados. Andamos o parque todo até encontrarmos um lugar bom pra deitar em cima. Era uma pedra enorme e lisa, bem larga e bonita. Ficava entre as àrvores longe das outras pessoas, e daquelas crianças barulhentas no playground colocando o terror em seus pais e babás. Deitamos.
Megan tirou do bolso uns mini guarda chuvas de chocolate. Coloridos.


-Trouxe pra nós. - Ela sorriu - Eu Bernard adoramos esses guarda-chuvinhas.

Megan, não era formidável? A cada minuto que passava com ela, eu a amava mais. Se é que isso ainda era possível.

-Ounnnnn, Megan. Faz um tempão que eu não como esses guarda-chuvinhas de chocolate...!

-Não seja por isso, coma esse. Azul.

Eles eram embalados com um papel laminado. Era muito difícil de tirar esse papel deles, porque sempre acabava ficando grudado no chocolate. Megan me ensinou como fazia. Você deve desenrolar o papel pela ponta devagar, e quando chegar no final puxar com força. Assim ele sai inteiro e não fica nada grudado no chocolate. Megan era muito boa nisso.
Conversamos muito, a manhã toda. Mas em certo momento, ela se sentou e me olhou nos olhos. Sentia que ela queria me dizer algo. Foi quando ela me disse, o que eu jamais imaginava. Algo que me deixou completamente perturbado.

6 comentários interessantes:

Vêh 9 de jul. de 2009, 16:59:00  

Nossa amoor! Acho que esse foi o mlehor capítulo que eu já li aqui! Muito perfeito! Você escreve com uma sutileza que me deixa encantada!
Ameei!

beijos

http://sobrenomeamor.blogspot.com/

Taah 10 de jul. de 2009, 18:51:00  

Ai, oq sera q vem por ai? To curiosa. Cada vez melhores seus textos... Amei *___________*



- Bom, "O Vendedor de Sonhos" é incrivél, e se quisers e um caminhante basta me seguir :D
Viva a vida simplesmente!
Estou indo mas volto quando chegar o proximo cápitulo!

Beijos e amo sua história

Maria Chuteira 11 de jul. de 2009, 17:27:00  

Agora eu vou "Quebrarvocê" hehe.... sim sim...eu gostei ou melhor amei o capitulo, mas, como assim!?!?!? como pode terminar assim? vo morrer de curiosidade! rsrsrs

esperando ansiosa cenas dos proximos capitulos!1

bjos.

PS: Odeio o Roberto Justus ! jejeje golpe baixo esse dele :P

CLEITON CAC 13 de jul. de 2009, 10:38:00  

Como sempre adorei esse capitulo vc ta caprixando rss e como sempre fico na expectativa !!! obrigado pelas palavras e sua atenção sempre, Deus te ilumine sempre!!!um abração!

Reinaldo Vieira 13 de jul. de 2009, 21:37:00  

Por mais que eu me esforçasse acho que não conseguiria fazer um comentário decente sobre o que acabei de ler; maldito cansaço nessas horas =/

Mas enfim, você escreve muito bem.
Gostei desse capítulo do romance, e amanhã mesmo acompanharei desde o início.

Vi no blog "tiomah.blogspot.com" que gosta de blogs pessoais, então também aproveitei pra fazer propaganda do meu :D

E parabéns pelo seu blog, muito sucesso pra você!

Abração.

http://brilhanteanonimo.blogspot.com/

Unknown 22 de jul. de 2009, 16:39:00  

Dews *o* AMei o capitulo 9 e 10
VAi tomA nO Cu VC ...
Escreve pa porra !

VElhooo TA massa D+ Fodaaa ;]

aii eu Fui Citada
Azul *----*
=xparey ushauh
s2

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Eu que fiz, não gostou? Quebraeu!

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